A crítica de arte de todos os tipos
* Serve para investigar o que é a arte.
* Traz conhecimento na medida em que pensa e constrói as relações de
mundo e entre arte e mundo.
* É temporal, reflete sempre no presente mesmo que não fale do presente,
está no tempo do autor. Não existe crítica fora de seu tempo embora esta não
possa deixar de refletir sobre o tempo.
* É efêmera, mas está sempre sujeita a uma atualização.
* É pragmática na medida em que vem de uma criação individual, (...) e
também porque atua em parte como mediação entre obra e público.
* É uma atividade de qualquer ser que reflita sobre arte, independente de
formação e conhecimento.
* Toda crítica pode trabalhar com um ou um conjunto de obras. Não há
necessidade de relação entre obras.
* Há de se perguntar e logo em seguida se livrar de uma titulação dentro do
sistema artístico. O terceiro asterisco é uma mofa, e como uma ironia da
condição atual pode-se considerar a hierarquização da prática do tipo de crítica
na sequência das titulações citadas.
* Sobre a distinção dos tipos de crítica abaixo: não há hierarquia entre os tipos
de crítica, elas coexistem na criação geral de quem pensa arte, por isso não
importa se a maior parte é de um tipo ou de outro ou até mesmo se elas estão
separadas em tipos, pois elas só existem combinadas.

01. A crítica da arte
* Diz respeito a uma investigação de ideia de arte em si, é a própria obra de
arte. Está diretamente ligada à criação de uma lógica de funcionamento do
acontecimento/apresentação da arte. Em seu processo de construção precisa
levar em conta as ambiguidades da razão, mas trabalha a lógica de seu
funcionamento a partir da reflexão das possibilidades e impossibilidades de
outras lógicas já existentes. Não tem compromisso com uma forma de
comunicação universal.
* Diz com cor, forma, linha, som, paisagem, ambientações, objetos gerais,
textos teóricos ou poéticos e corpos, dificilmente em falas gerais.
* É geralmente feita por Artistas, (...) Teóricos, (...) Curadores, (...) Críticos de
Arte, Historiadores, (...) Professores, (...) raramente por Espectadores e
Jornalistas Culturais.

02. A crítica de arte
* A crítica deste tipo, que também fala com a obra é a mesma coisa, só
funciona quando assume como seu processo o mesmo processo de construção
da crítica do primeiro tipo. Em sua diferença, assume o compromisso com
a clareza da linguagem escrita ou falada. Uma linguagem comum nos
permite trocar de outros modos nossas reflexões a cerca da arte com o outro,
ampliando ainda mais a obra. Deste modo, ao seu devir, essa mediação que
a crítica de arte assume, tanto pode tornar-se material constituinte da própria

crítica da arte (porque traz reflexões pertinentes, fala com a obra) ou fazer
parte da construção do pensamento crítico pessoal de quem a lê e pratica,
aonde por fim desembocará em seu processo geral da crítica do primeiro tipo.
* Diz geralmente em forma de depoimento, texto, entrevista, diálogos fechados
e abertos, falas em geral e raramente em outros formatos.
* É geralmente feita por Críticos de Arte, Historiadores (...), Espectadores (...),
Curadores, (...), Jornalistas culturais(...), Artistas e Teóricos (...).

03. A crítica da crítica
* É onde todas as ferramentas que fazem as possíveis conexões e afirmações
são sujeitadas a re-examinação. Nenhum outro tipo de crítica existe sem
uma intersecção com a deste tipo. É a parte específica da crítica do primeiro
tipo, em que as ferramentas de invenção das lógicas de funcionamento da
apresentação/acontecimento da arte são por sua vez colocadas em cheque,
repensadas, atualizadas (...) até novamente se formarem para o processo da
primeira crítica.
* Diz geralmente em forma de manifestos ou textos mais acadêmicos
e borrosos, embora todos os formatos das outras críticas também possuam em
parte esse estatuto de crítica da crítica.
* É geralmente feita por Teóricos (...), Críticos de Arte, Artistas, Historiadores
(...), Espectadores (...), Curadores, (...) e (...) Jornalistas culturais.



LAILANA KRINSKI

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